A primeira: tiragem de 500 exemplares
Inspirado em uma pequena agenda do Ateneu Libertário de Barcelona, o primeiro Livro da Tribo nem tinha este nome e foi literalmente todo manufaturado.
Curiosamente, seu formato era semelhante ao que foi relançado em 2010 (pequeno).
A primeira página
O papel era colorido e mudava de cor a cada estação do ano. A impressão - parte em serigrafia, parte impressa em gráfica - também usava uma cor só.
Ano passado é passado
Nesta e em várias edições que se seguiram reservamos uma página para o calendário do ano em curso. Para o ano anterior, sempre a lembrança: não se vive do passado.
A entrada de janeiro, com duas cores: só na serigrafia
Abundavam, nesta primeira edição, as citações de Caetano, Leminski e Rita Lee. Também referências (como a Celebração do Instante acima, de Fritz Pearls) sobre Gestalt, Somaterapia e Antipsiquiatria.
Colocar as cento e muitas páginas da primeira edição em sequência foi um trabalho insano. Circulávamos ao redor de uma grande mesa pegando uma folha de cada pilha até termos um miolo completo nas mãos...
Amamentação e Maiakovski: que a mãe seja no mínimo a terra
Já vinha desta primeira edição uma referência, inspirada em Wilhelm Reich, que nos acompanha desde então: a importância do toque e do corpo. A amamentação, por exemplo, é fundamental no desenvolvimento de adultos emocionalmente equilibrados.
Chás, poções e sofá
Imagens podiam ocupar mais de 50% da página (mesmo em dias úteis). Cada página podia ter até 4 dias! Definia-se um perfil: não é prática como uma agenda. É poética como um livro.
As entradas de estação eram em papel vegetal: éramos loucos
Para se ter uma idéia da aventura gráfica, as páginas em papel vegetal eram impressas em uma multilith, máquina offset que imprime formatos pequenos (tamanho A4). Na saída da máquina as folhas, leves e lisas, voavam por toda a sala...
O texto é bonito, mas não é Borges
A seleção de texto e imagem era completamente emocional. "Instantes" não é de jeito nenhum escrito por Borges, e sua autoria real é discutida: seria de Nadine Stair ou de Don Herold, ambos americanos. Demos crédito a J. L. Borges por várias edições antes de nos darmos conta do mico - não se esqueça, em 1990 a internet estava começando...
Pêssego era a cor do verão:
Sensuais e opinativos: las niñas malas van a todas partes
Desde o primeiro volume, tudo no Livro da Tribo - imagens, cor, texto - foi definido com muita personalidade. As pessoas adoravam ou odiavam.
Um beleza de história, vida eterna para a agenda da tribo
ResponderExcluirabs
Flávio Machado
Saudades, saudades... Lembro que ganhei um troquinho ajudando vcs a vender, e tinha a minha guardada até a pouco tempo, feito relíquia... Abraço bem forte!!!
ResponderExcluirq viagem!!!!!
ResponderExcluirlitarária, poética e emocional!!!!
Em 1990 ainda não conhecia. A minha primeira foi a de 2000. A evolução na qualidade gráfica é notória, mas é impressionante como a verdadeira essência do Livro da Tribo, que prima pela sensibilidade à flor da pele, nunca mudou.
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